desde pequena, fui uma criança, digamos, estranha. sempre me senti assim, nunca à vontade em lugares comuns ao mundo infantil e sempre achei que não pertencia a este mundo (o que ainda acho). enfim, me sentia deslocada e para piorar esta situação, meu irmão mais velho sempre implicava comigo, o que colaborou bastante para me sentir assim. Mas indo ao assunto, desde terna infância gostei de coleções. O normal de toda menina: álbum de figurinhas, bonecas, papéis de carta, bonecas de papel. e alguns um pouco inusitados: santinhos de políticos, recortes de revista (os mais diversos). com meu irmão, colecionei chaveiros, placas de carros, selos, etc. Sem falar das brincadeiras diferentes que inventávamos: contar quantos carros de tal cor ou tal modelo passavam na frente da nossa casa, pegávamos uma revista, qualquer que fosse, um lado era meu e outro era dele, e o que havia nas páginas, nos pertencia, o que sempre ocasionava brigas. Brincávamos de hippie, inventando artesanatos ou bijuterias. éramos crianças muito imaginativas, o que quase não se vê hoje em dia.
Na adolescência, passei a colecionar outro tipo de coisas: Lps e fitas K7, decepções, raivas , amores perdidos, brigas com meus irmãos mais novos e mais ainda com o mais velho (ser a única mulher é foda), etiquetas de roupas, bilhetes trocados em aula (os mais diversos gêneros) e aquele sentimento de inadequação me seguia.
Depois de um certo tempo, as coleções foram se transformando em vícios, e por fim coleciono vícios: cigarro depois de velha, coca-cola light, chocolate, escrever numa agenda velha, cartas que nunca foram enviadas ou lidas (a não ser por mim ou outro bisbilhoteiro qualquer) e o sentimento de não pertencer a este espaço/tempo/mundo.
Aos poucos fui aceitando essa situação e acho que hoje convivo bem com ela, mas às vezes me chateio não ser ou pertencer a um determinado grupo ou padrão (mais por me revoltar as pessoas não aceitarem as outras como são) e às vezes me orgulho disso: não peretenço a um grupo/padrão. Me considero eclética em questão de gostos/estilo/afins. Respeito as diferenças desde que não agridam meus olhos/ouvidos/convivções. Tento não me irritar com isso, deixo pra lá, pois se for me incomodar com os outros enlouqueço de vez, pois já me incomodo comigo mesma, os outros que se explodam!
Sou viciada em procurar resposta e acabo colecionando duvidas.
Da criança imaginativa, sobrou apenas a sensação de estranheza e o gosto pelas bonecas de papel (cada uma com seu estilo).
Ah! e as cartas nunca enviadas também!
intelectuais de esquerda me irritam
Há 5 anos
1 nada a declarar?:
Quem sabe nuncsa foste desde mundo, desde meio, mas será que não é isso que te faz ser quem tu és. Ou melhor, será que não são essas dúvidas, revoltas e vontades malucas que tornam a gente diferente, mas um diferente divertido, nem melhor ou pior do que ninguém, mas apenas alguém que tá se lixando para os outros.
Uhmmm... sei lá!
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